Pesquisar este blog

18.2.09

Para destruir dois mil anos de cultura

Bombas não são preciso. Muitas já foram lançadas durante estes anos. Quero destruí-la internamente. O título vem da música do Atari Teenage Riot, que eu adoro. A reflexão não. Esta começou com a ideia de desconstrução da sexualidade pra reconstrução consciente, coisa do feminismo. Como se desconstroi uma sexualidade sem se esbarrar nestes 2000 anos de cultura? Então o processo só ficou mais complexo e beirando os 32 anos quase não tenho respostas.
Mas tenho algumas certezas. Tenho certeza de que Deus não é tão mal assim. Tenho certeza de que tudo é uma questão de escolha. Tenho certeza de que gosto de homem. Tenho certeza de que não quero ter filhos e de que a felicidade existe mesmo assim. Tenho certeza de que não vou para o inferno. Tenho certeza de que uso meu cérebro menos do que eu posso e que pra isso me falta tempo. Tenho certeza de esses dois mil anos me custaram um dente quebrado, uns quilos a mais, muitos arrependimentos, mais indignações e anos de terapia, que só começaram.
Há ainda o isolamento. Conheço apenas uma pessoa com quem posso falar sobre isso e a terapeuta não entra na conta de pessoas num nível social. Tenho um amigo. Um cara que entrou tanto neste processo que até virou feminista. Hoje acredito que de feminista, ele ascendeu (quase como os Kardecistas) para um questionador geral dos padrões culturais que nos determinam, de forma extremamente filosófica e científica. Nada de ficar discutindo a nova propaganda do Dove...
Destruir 2000 anos de cultura é um sonho. Uma utopia necessária. O mundo é tão assim que não acredito que chegaremos a isso. Mas em mim ela terá um fim. Eu não vou perpetuar esta cultura. Da minha boca não sairá uma frase, ao menos percebida, que a reafirme. Escolho esta dolorosa reflexão para que dela eu tenha novas certezas. Fico mais tranquila assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário