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31.7.10

Divulgação: Carta Aberta - Sobre o direito ao aborto no Brasil

Você também é a favor de que mulheres continuem morrendo depois de interromper clandestinamente uma gravidez indesejada no Brasil?

Você também é a favor de que milhares de mulheres, todos os anos, continuem conferindo à curetagem na rede pública de Saúde o triste título de procedimento mais realizado pelo SUS? (com 3,1 milhões de internações no período de 1995 a 2007)

Será que também é a favor dos fetos jogados por aí? Das agulhas de tricô causando hemorragias e infecções gravíssimas, das perigosas receitas caseiras e venenos que tantas mulheres ainda consomem?

Consegue também ser a favor da indústria que faz prosperar as clínicas de aborto clandestino, que enriquecem a custa da vergonha, do drama e, muitas vezes, da morte de mulheres? Ou defende mesmo é a tentativa de criminalizar as mulheres que passam por tudo isso e pela mais completa marginalização ao interromper uma gravidez?

As organizações da sociedade civil que se dedicam à defesa dessas mulheres e do seu direito de escolha, no Estado democrático e laico brasileiro, vêm a público, de forma conjunta, repudiar a forma como o poder constituído; seja ele no âmbito Executivo, Legislativo ou Judiciário; políticos de diferentes legendas em campanha eleitoral; setores das igrejas cristãs, católicas e evangélicas; e, finalmente, parte da chamada grande mídia, vêm tratando a questão do aborto no Brasil.

A despeito de todo o desenvolvimento econômico que o País alicerça, dos inegáveis avanços nas áreas sociais e também na educação, e dos esforços na direção do amadurecimento do debate em torno dos mais espinhosos temas relacionados à desigualdade de direitos e à defesa das minorias, o Brasil persiste em manter procedimentos torturantes quando o assunto é aborto.

Adiar votações inadiáveis como a que se refere à autorização do aborto em casos de anencefalia; não incluir nas pautas prioritárias de votação no Congresso propostas favoráveis à vida das e à saúde das mulheres que permanecem com tramitação parada; não estabelecer políticas públicas eficazes e capazes de evitar mortes, e, principalmente, omitir-se do debate franco, aberto e profundo sobre o assunto com a sociedade, são procedimentos que causam inquietude em pleno terceiro milênio em uma sociedade civil organizada que tenta caminha rumo à evolução e à maturidade.

Ao submeter a questão do aborto ao calendário eleitoral e permitir que líderes religiosos dêem o tom do debate sobre a legalidade do aborto, ou ainda, sobre políticas públicas que devam ser implementadas para preservar a saúde das mulheres, autoridades no poder (ou em disputa pelo poder) mais do que fogem da responsabilidade para a qual foram eleitas (ou tentar ser eleitas) pelo voto. Lavam as mãos diante da realidade do País, aferida em sucessivas pesquisas e retratada de maneira perversa, até mesmo em telenovela global em horário nobre. Jogam para debaixo do tapete a dramática estatística do aborto e todas as suas mazelas no País.

A pouco mais de dois meses das eleições gerais, por meio das quais serão escolhidos representantes de quase 200 milhões de brasileiros, temos duas mulheres, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), candidatas à sucessão presidencial. Elas concorrem ao cargo em igualdade de condições com um homem que é um ex-ministro da Saúde, José Serra (PSDB). Nenhum deles é considerado um candidato ou candidata de ideias retrógradas, de direita, ou atrasado. Todos os três representam siglas que, distantes do poder, atuaram ativamente na defesa dos direitos humanos, das minorias e das questões de gênero. Contudo, nenhum dos três ousa enfrentar o tema aborto quando confrontado, diante de um microfone ou gravador, sem tentar sair pela tangente ou negar seu próprio passado favorável ao atendimento humanitário e digno das mulheres que precisaram recorrer a um aborto.

Diante disso, e dos muitos estudos que referem a ilegalidade do aborto no Brasil como sendo uma forma ineficaz de diminuir suas dramáticas estatísticas, além de punir e tornar mais vulneráveis milhões de brasileiras, a sociedade brasileira exige seguir em frente na construção do debate e de uma plataforma de ações que realmente modifique a situação do direito ao aborto e dos direitos reprodutivos no Brasil.

Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro
Católicas pelo Direito de Decidir
CFemea
Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR)
Grupo Curumim

Ipas
Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Sexuais Reprodutivos União de Mulheres Brasileiras

Quem somos: Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro é uma articulação de organizações composta por grupos e redes em nível nacional e regional. Também tem em seu âmbito integração com organizações latino-americanas. Somos mulheres e homens de diferentes raças, etnias, gerações e condições econômicas e estamos presente em 18 estados e no Distrito Federal. A Jornadas nasceu em 2004 e, atualmente, reúne 67 organizações entre movimentos, fóruns, ONGs, redes e grupos de pesquisa.

27.7.10

Feng Shui: As escolas

Desde que surgiu há milhares de anos na China, o Feng Shui foi transmitido através de seus mestres a discípulos e aprendizes interessados na técnica. Como é comum nesta forma de transmissão, surgiram algumas diferenças entre a forma de aplicação de cada mestre, conforme sua época e região. Atualmente, há três grandes escolas conhecidas mundialmente. O princípio é o mesmo, mas elas diferem nos instrumentos e técnicas de harmonização.
Tudo começou com a Escola da Forma, que se baseia nos cinco elementos naturais - água, madeira, fogo, terra e metal e na sua relação com as formas - sinuosa, retângulo, triângulo, quadrado e círculo/esfera. Tais elementos e formas surgiram da observação da natureza, seus ciclos, cores e vida. Por isso, para a Escola da Forma, o ambiente em volta da casa é de extrema importância na aplicação da técnica.

No entanto, foi a Escola da Bússola que se tornou mais difundida na China, orientando as construções de prédios e casas em Hong Kong e Taiwan. Sua aplicação é extremamente complexa e um consultor leva anos de estudo para dominar todos os instrumentos, principalmente o Lo Pan (outro nome pelo qual a escola é conhecida). O Lo Pan é a bússola oriental, composta de vários anéis repletos de caracteres que determinam 64 campos de informações. Além do Lo Pan, a Escola da Bússola utiliza a simbologia dos cinco animais como símbolos de proteção e o -guá da sequência do céu anterior, onde os trigramas (linhas) que representam cada elemento estão posicionados de dentro para fora, representando o momento único anterior a criação do universo.

Exatamente por sua complexidade, a Escola da Bússola não encontrou tantos seguidores no ocidente e aqui, a Escola mais difundida foi a do Chapéu Negro, divulgada pelo mestre Lin Yun que aliou as técnicas do feng shui das escolas tradicionais chinesas aos conhecimentos do Budismo Tibetano, à cultura e aos costumes ocidentais.
A escola do Chapéu Negro também usa o -guá como instrumento de harmonização, mas na sequência do céu posterior. Nesta forma os trigramas estão invertidos em relação ao -guá da sequência do céu anterior, voltados para o centro, devemos lê-los de fora para dentro. Este -guá representa a época atual, posterior a criação e voltada ao externo, onde precisamos retornar ao interior para buscar equilíbrio.

Há ainda muitos outros instrumentos, técnicas e filosofias que o Feng Shui utiliza para harmonizar os ambientes, espero logo mostrar mais para vocês.

12.7.10

super_rock 13


Reencontrar um amigo é reencontrar a si mesmo. Hoje eu reencontrei um amigo. Eu vi ele falar de coisas que eu já nem lembrava mais. Vi ele ter a certeza de que eu viajaria 7h sozinha, com pouca grana, para estar presente no seu casamento, por que , como ele disse "ela é doida, é ponta firme, se disse que vem é porque vem" e eu vim. Vim ao meu encontro.

Meu amigo se casou hoje. Eu presenciei tudo de muito perto como se fosse da família, me lembrou muito o casamento do meu primo, porque me senti uma prima de tão bem acolhida por todos de sua família. Mas família só acolhe bem alguém desconhecido por um motivo, boas referencias, então sei que ele falou bem de mim.

Hoje meu amigo casou e parece que o presente foi meu. Fui eu quem fui acolhida e conheci pessoas maravilhosas. Fui eu quem bebeu tequila até descer do salto. Fui eu quem me reencontrei nas palavras dele.

Conheci meu amigo no dia da matrícula, mas não o vi na primeiro ano de faculdade. Reencontrei-o no dia em que ele fez sua mudança para a minha casa. Moramos na São Luís 15 (nome da nossa república, na verdade o endereço que virou nome) por um ano. Mudamos para as kits, não juntos, mas juntos. Vizinhos. Depois de mais dois anos ele se formou e eu fiquei. Depois ele precisava de uma casa para dormir quando vinha ao mestrado e eu estava lá. Um dia ele foi embora apaixonado, tudo bem, eu continuaria lá.

Passaram-se 6 ou 7 anos e ele me ligou: "venha ao meu casamento".E eu vim. Vim porque ele é meu amigo e amizade é isso: fidelidade. Não importa o que aconteceu ou quanto tempo passou, importa apenas o sentimento e o desejo de felicidade do outro. E amizade sempre retribui, sempre reconhece. Ele agradeceu, ficou emocionado. E eu vi uma Micaela esquecida e guardada que tanto me fazia falta, a doida ponta firme que bebe cerveja e tequila sem cair. Amizade é isso: fidelidade. Não importa o que aconteceu ou quanto tempo passou, importa apenas o sentimento de felicidade do outro, importa apenas que seu amigo é sempre capaz de te lembrar quem você é. E aí, tudo fica bem.