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24.2.12

Móveis customizados: encanei!

Eu tenho mania de ficar decorando e redecorando minha casa mentalmente. Já fiz diversos layouts nos estilos que mais gosto. Ontem a noite, no meio de uma mentalização dessas, percebi que a ideia de levar a bancada que uso como rack para o escritório e comprar o móvel certo para a TV foi, literalmente, por água a baixo! Isso porque o escritório está com um problema no telhado que só uma reforma resolveria e ela não vai rolar tão cedo. Só posso usar lá móveis resistentes a água, as tempestades daqui transformam uma das paredes em parede de água, super chique e atual. 
Então achei alguns destinos para a bancada: armário na cozinha,bar na sala de jantar, armário no banheiro ou continuar como rack mesmo. Mas em todos eu pensava: não aguento mais essa cor. Encanei! Quero customizar minha bancada! 
O mais tradicional é sair pintando, nada de pátina que é uma customização que datou e já estragou muita cristaleira de época. No entanto, pintura não é possível porque meu móvel é de HDF com laminado de madeira encerado: não dá para lixar e não pega a tinta. Para solucionar isso, teria que passar uma base que é quase uma massa corrida e pintar nela. Achei arriscado perder o móvel e não ficar legal. 
O que fazer? Saí caçando opções nessa maravilha que é a rede de computadores. Esses são exemplos dos que mais gostei: 


Este buffet eu achei num blog de artesanato, mas não havia referência se era deles mesmo. Pela qualidade super digitalizada da foto, acho que é um projeto. Gostei da ideia de misturar preto e branco com cores pinceladas. Pode-se usar papel com impressões de histórias em quadrinhos ou ilustrações. 


Lindo não? A cômoda é um dos trabalhos da Mykea, site muito legal de fuçar. Você pode escolher o móvel, a impressão e a cor que deseja. Opção para quem prefere comprar um móvel customizado a se meter a fazê-lo. 

O banquinho fofo também foi achado sem referência, está customizado com tecido e essa é uma das técnicas que posso usar no meu móvel. A outra é aplicar papel de parede e estou mesmo me decidindo entre as duas. Assim que fizer, posto fotinhos! 

22.2.12

Fênix


Acho que a maioria de vocês já deve ter visto esta foto, tirada assim que cheguei em casa, inchada, cheia de dor e orgulho. O que com certeza não sabem é de tudo que ter esta arte no meu corpo representa para mim. 
Adoro tatuagens e gente tatuada. Acho bonito, artístico, exótico (mesmo com a modinha) e sexy. Já tive milhares de ideias do que fazer, conforme a fase de gostos e situações escolhia uma, mas a certeza não rolava. É um negócio para sempre, é pior do que escolher marido. Não dá pra separar, só para fazer outra em cima ou apagar e deixar a pele toda manchada. Apaga-se o desenho, fica a mancha e até cicatriz. 
Quando escolhi as estrelas, estava na faculdade e nada representa mais essa fase super rock do que estrelas assim. Não era modinha de estrelas ainda, não tinha passado Anita e as estrelinhas atrás da orelha. Um ano depois ela aparece e toda mulher sai tatuando estrelas pelo corpo. Mas tudo bem, fui vanguarda, quando eu fiz, só as rockers mais rockers tinham estrelas tatuadas. Detalhe mais rocker ainda, fui couro: a terceira tatuagem de um cara que tinha acabado de fazer o curso. 
Desde então venho tentando escolher a próxima e em que parte do corpo tatuar. Dragão, borboletas, mais estrelas, Powerpuff Girls, pin ups, tribais... Mas foi no ano passado, no fim da terapia, que eu decidi: seria uma fênix. 
A simbologia da fênix é super conhecida, só para garantir explico: é um pássaro mitológico que cresce até atingir seu auge em força e beleza, então entra em combustão, queima-se inteira, para depois renascer das cinzas e repetir o ciclo. A vida é assim, eu sou assim. 
Tudo que escolho fazer me consome completamente. Respiro, penso e sinto a escolha 24h por dia. Até ter certeza que cheguei no auge daquilo e então, recomeço, em outro sentido. 
A minha ânsia é de viver o máximo de experiências possíveis, aprender o máximo possível, consumir todas as gotas boas e ruins de cada vinho que escolho para a vida. 
Não é a toa que já troquei de profissão 3 vezes e confesso, estou buscando outra. Provavelmente eu nunca serei a mais rica em nenhuma delas, isso requer muitos anos de investimento. Mas como nem com muitos anos há garantia da riqueza, prefiro ir consumindo o conhecimento que posso pegar de cada uma que escolho. 
Por um tempo, isso me atormentou. Ouvia as opiniões e críticas de amigos e da família e me sentia perdida, alguém que não sabe o que quer e por isso está sempre mudando. Tem também a dor do luto, quando desisto de uma coisa é como a morte e morrer dói. Renascer também. 
Foi com a terapia que entendi o quanto isso faz quem eu sou, me mantém jovem, me traz alegria, beleza, força, plenitude. E não é assim só porque a vida é assim, é assim porque eu escolho queimar e recomeçar. 
Essa foi uma das 3 coisas que tive de compreender sobre mim mesma para encontrar meu equilíbrio. Foi a última delas. Lembro da sessão como se a estivesse vivendo novamente, lembro de eu sorrir e finalizar "eu sou uma fênix". 
Tive alta um mês depois e na despedida anunciei que faria a tatuagem. O plano era fazê-la em 2011, por ser o ano em que tudo isso aconteceu, mas só consegui agenda do tatuador para o dia 02/02/2012. Dia de Iemanjá, outra simbologia que eu adoro. E foi só a primeira parte, em agosto volto para pintá-la e podem esperar outra foto cheia de dor e orgulho. 

18.2.12

Na hora do batuque


Chegou um dos feriados mais esperados no ano! Se você gosta de carnaval, provavelmente já está com tudo pronto para o seu momento "folião", mas se como eu, você não tem talento para fazer a rainha da bateria e está pensando num jeito de também se divertir nestes dias, uma boa saída é arrumar uma desculpa para reunir os amigos e fazer a festa em casa. 
Você sempre faz isso? Sim, eu também. Mas dá pra fazer graça e usar o tema só para decorar a casa de um jeito bem legal e tornar a festa muito mais interessante. Detalhes simples na hora de receber são como um gloss na sua festa: dão o brilho que faltava. Assim, a reuniãozinha de sempre, pode se tornar a festa do ano. 
O bom da época de carnaval é que tudo é liberado, até na decoração. Fitas coloridas, flores e utensílios coloridos já fazem a graça. Lance mão daquela caixa de fitas de presentes que você guarda e nunca usa, daquelas miçangas e lantejoulas que um dia comprou para fazer bijouteria e nunca fez, daqueles tecidos que usou em outras festas e, com criatividade, vá alegrando a casa para receber seus amigos. 
Só não vale fazer máscara de gatinha com papel sulfite e cola colorida, isso você fazia na escola e não, não é legal! Ah e nem lançar mão da decoração de Natal tá!? Festão e bolinhas não combinam! 
Curtam o feriado e a festa! Nos vemos em breve, que eu só quero descansar! 

8.2.12

Preciso de uma mesa de jantar

Pela primeira vez, desde que fui morar sozinha, moro numa casa que tem sala de jantar. Desde a mudança eu já pensava "agora eu vou precisar de uma mesa". Meus planos eram comprá-la antes mesmo do sofá. Só que eu resolvi escolher uma mesa preta, total black, e elas são raras e caras...
Entre as minhas preferidas até agora estão: 


A Nadja da Artzzi, que tem pés cromados e tampo em madeira quase preta, mas ainda não é preto. Adoro os detalhes simples que dão sofisticação e um ar contemporâneo à peça. Mas não cabe na minha salinha, preciso de uma mesa retangular para seis lugares, esta é para oito. Aliás este é um detalhe importante, só achei uma mesa retangular no tamanho que cabe na minha sala, todas as outras são enormes. 
Como a Acan da Artefacto, linda, têm um design que lembra a Nadja, mas é toda em madeira. Gosto de como o peso do cavalete brinca com a leveza do tampo. 
Mudando o estilo para algo mais Retrô, a Elysee (Artzzi) é apaixonante. Adoooro estes pés curvelíneos, super charmosos. Gosto do equilíbrio na peça, que apesar de retrô não é exagerada em detalhes, é limpa. Se coubesse na minha salinha, era minha escolha, mas...
É bem possível que eu fique com a Kono, da Tok&Stok. Tem o tamanho ideal para meu espaço, traços limpos que remetem as mesas tradicionais de cozinha, super pretinha, básica e versátil. É só o que eu preciso para convidar os amigos e mostrar meus dotes culinários num jantarzinho bem gostoso! 

4.2.12

Cisne Negro: sobre a loucura e a perfeição

Esses dias publiquei aqui o poema "Insanidade", escrito descaradamente inspirado no filme "Cisne Negro" (Darren Aronofsky, 2011). Tinha acabado de assisti-lo e era preciso escrever, mas o filme mexeu tanto comigo nesse momento eu-eu mesma-e irene, que só o poema não esgotou todas as reflexões e todos os sentimentos aflorados. 
Há dois pontos centrais e antagônicos que a história discute, a loucura e a perfeição. É incrível como o que é antagônico pode ser apenas a outra face da mesma coisa, talvez até o seu complemento, como na teoria yin-yang. 
(Se você não assistiu o filme, sugiro que pare aqui esta leitura. Não acho que conseguirei dizer tudo o que desejo sem lhe entregar detalhes importantes da narrativa. Assista-o e volte. Adorarei conversar depois. Agora, para quem já assistiu, ou vai ler mesmo assim porque não é como eu e não perde o tesão se ficar sabendo de pedaços da história, continuemos.) 
A loucura aparece já no começo, disfarçada. Não é loucura, é só uma pessoa tão envolvida com sua arte e seu trabalho, tão determinada em conquistar seu objetivo, que respira isso a cada minuto do seu dia. Não há outra opção de vida, de diversão ou de rotina. Tudo envolve a ideia de ser a melhor. É quase uma qualidade. Apesar de a mãe fazer a figura opressora, é também a representação do que a sociedade diz: "pessoas assim são especiais e merecedoras". E nós acreditamos. 
É no auge do esforço, no limiar da chance de chegar aonde planejou, que ela descobre: falta alguma coisa, falta sentimento. Então assistimos a busca inconsolável da personagem por tudo aquilo que ela reprimiu a vida inteira em troca da disciplina e da técnica perfeita. 

Ela era perfeita demais, técnica demais, precisa demais. Faltava-lhe pulso, aquela energia que o olhar transmite e nos faz acreditar na personagem. Ela não sabia viver uma personagem, só sabia dançar perfeitamente. 
Como superar essa falha? Vivendo literalmente a personagem, já que sua vida não lhe oferecia emoções e sentimentos necessários. Assim, ela se confunde com a personagem que representará e leva ao extremo cada sensação, cada sentimento, enlouquece. 
Ao fim do espetáculo, ela resume "Eu senti, perfeito". 
A primeira reação norma é pensar "Doida!". Mas a sutileza da obra logo nos inquieta: "Será?". Será mesmo que dá para separar a loucura da perfeição na busca de um objetivo? Lógico que dá, há milhares de pessoas que conquistam seus objetivos sem enlouquecerem. Mas, no filme, se ela mantivesse o equilíbrio, ela conseguiria? Provavelmente não. Então, será que vale a pena enlouquecer por um objetivo? E a esta pergunta, tanto no filme como na vida, eu respondo: vale. 

Não é só por isso que vivemos? Não é pela incansável busca daquilo que mais desejamos? Não é só pela luta para poder dizer "eu consegui, eu cheguei lá!"? O lá cada um sabe o seu - carreira, viagem, amor, conta bancária, etc. Mas não é só por isso? Se é só por isso, chegar a loucura, mas sentir a perfeição da conquista, vale a pena. 
A ideia da loucura assusta, mas em suma ela é fazer o que não é aceitável socialmente, o que não é normal. Isso vai desde cultivar a preguiça, passando por transar muito com muita gente, ao assassinato. 
Eu cultivei o equilíbrio, a sobriedade e a razão desde pequena. Ser capaz de lidar racionalmente com os sentimentos e a vida era um dos meus objetivos. Eu consegui. E isso não me serve pra nada. Não há interlocutor ou relação possível, porque as pessoas não são assim, as pessoas apenas sentem. Então, acho que é hora de enlouquecer.