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30.6.12

Sobre escolhas, objetivos e o outro


Sou uma pessoa super sociável. Nunca tive dificuldade para fazer amigos, falar em público, paquerar, me apresentar no primeiro dia de trabalho. Mas estou agora passando por uma fase, que tudo o que eu mais queria era ser um ermitão. 
Há tempos que são dedicados à conquista de um objetivo. Quem escolhe isso e se decide a fazer tudo o que for necessário para alcançar o que almeja, sabe exatamente o custo que lhe traz. E só quem escolhe sabe.  
Eu fiz uma escolha dessas há pouco tempo. Escolhi investir em algo que é o mais difícil de tudo pra mim. Estou 100% voltada a isso. Mente, corpo e coração. Minha concentração diária é total, todas as minhas energias estão voltadas para o meu objetivo. 
Consequência inevitável: o que vem de fora me atrapalha. Eu encontrei meu ponto de equilíbrio e racionalizei   para definir estratégias, tempo, metas. Estou ali, seguindo o script. Então, quando o outro vem na minha direção e propõe algo diferente, mesmo que com a melhor das intenções, ele desestabiliza o meu equilíbrio e me atrapalha. 
Desestabilizar é parte do crescimento. Mas há o tempo para cada coisa. Eu apenas comecei a caminhada, desestabilizar-me agora pode colocar toda a viagem em risco. Felizmente eu já me estabilizei de coisas piores na vida, como vencer a depressão por duas vezes. Felizmente eu me conheço o suficiente para fazer o que diz Joseph Campbell:

"Ache um lugar dentro de si onde haja alegria e a alegria expulsará a dor"

Para maioria das pessoas que tem um grande objetivo como o meu, a alegria é o prazer da conquista. Pensar em como será a vida quando todas as etapas estiverem completas é um alívio a esta tensão. Valerá a pena. 
Não é o meu caso. Eu vivo do presente. Não sei planejar nada muito distante. O futuro é pra mim um sonho bom, apenas confio que o dia de amanhã será melhor que o de hoje (motivo pelo qual eu acordo de bom humor na maioria dos dias). Então, eu preciso de uma alegria imediata. E eu já achei a minha. Eu me alegro com o caminho todo. Cada passinho pequeno que dou é como a grande conquista para mim. 
Talvez por isso precise de mim mesma 100% do tempo. Porque a cada dificuldade que enfrento, preciso respirar, me acalmar, superar e depois dizer "isso Mica, você está conseguindo". 
Talvez por isso o outro me desestabilize tanto. É comum, na intenção de ajudar, o outro dizer "você está fazendo errado" e que o certo é o que ele pensa que é o certo. Escolhas são pessoais, os caminhos também. Não posso exigir do outro que tenha a sensibilidade de me apoiar apenas, enquanto caminho. Até porque ele realmente acredita que está me apoiando quando me julga e me acusa. Quem tem que engolir o sapo sou eu. Por isso seria muito melhor poder tirar férias e viajar sozinha pra um lugar calmo em que eu possa ver o mar de manhã. 

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